Partindo do Mote do Capítulo que se realizará no próximo sábado, foi criado um grupo de discussão dedicado aos Marinheiros do Douro que se encontra no Menu Forum e que está acessível exclusivamente aos Confrades registados no site. Como o local onde se realizará o Capítulo de Outono tem-me profundas relações familiares, fiz questão em abrir no fórum a discussão sobre os Marinheiros do Douro, pelo que apelava à Vossa participação.

Aproveitem a vida,

O Grão Chanceler

José Vieira

Como sabem, o último Capítulo realizou-se em Junho, no Cabo Carvoeiro, em Peniche. Após o desembarque da Nau dos Corvos e pensando já no próximo Capítulo de Outono, a realizar em Ancede, terra natal de pai e organizado sobre o mote “nem só de vinho vive o Douro”, fiquei a pensar o que os uniria. Facilmente se fez luz. Meu pai nasceu numa casa pobre, situada na localidade de Porto Manso, nome de um famoso romance de Alves Redol. Também ele um escritor duriense (Para além de Porto Manso, a temática do Vinho do Porto é abordada nos romances Horizonte Cerrado, os Homens e as Sombras e a Vindima de Sangue) que, tal como eu, nascemos ambos mais próximos da Foz do Tejo do que de qualquer localidade ribeirinha entre Miranda do Douro e Porto. Porto Manso é uma localidade pertencente à União das Freguesias de Ancede e Ribadouro e é unida a Porto Antigo, na margem esquerda do Douro e pertencente ao Município de Cinfães, através de uma ponte sobre o Rio Douro cujo actual tabuleiro é uma obra de arte do Eng.º Edgar Cardoso. Ambas as localidades devem o seu nome à rota de navegação do Vinho do Porto entre o seu local de origem, o Alto Douro, e as caves em Vila Nova de Gaia, onde se faz o seu envelhecimento antes da expedição para mercados mundiais. Depois de termos chegado a Bom Porto após uma das melhores aventuras capitulares a bordo da Nau dos Corvos, achei importante partir da palavra porto e abrir um fórum de discussão sobre os marinheiros do Douro. Ainda esta semana tive a oportunidade de almoçar com alguns fundadores da Confraria no Restaurante Grés de Mirandela onde, para além de um conjunto de iguarias dignas de serem apreciadas pelos Confrades, são confeccionadas, quem diria, as melhores Tripas à Moda do Porto que já tive oportunidade de degustar (e acreditem que foram centenas), cuja origem mais consensual está relacionada com o pontapé de saída dado aos Descobrimentos Portugueses com a saída da Ribeira no Porto das naus portuguesas comandadas pelo Infante D. Henrique rumo à conquista de Ceuta. Da Foz do Douro para mares nunca antes navegados relatamos a Epopeia dos marinhos portugueses. E da Foz do Douro para nascente? Soubemos dar valor aos marinheiros que tiveram a proeza de fazer chegar o Vinho do Porto aos quatro cantos do mundo através das tormentas de um Rio que só recentemente foi domesticado?